terça-feira, julho 20, 2010

Cagar é Bom Demais




Caros amigos leitores, permita-me, hoje, tirar uma pulga de trás de minha orelha e matar essa minha vontade mórbida de escrever sobre assuntos que poucos se aventuram.
Várias foram as vezes em que me perguntava o porquê de em muitas situações, quando falamos especialmente em cu, melecas do nariz, piolho, caspa e outras coisinhas mais, as pessoas nos olharem com indescritível e inegável horror. Algumas chegam até ao cúmulo do absurdo de virarem a cara como se nunca tivessem feito aquelas nojeiras e, no mais das vezes, sentido PRAZER. Quem nunca teve o deleite de tirar uma BIG CATOTA do nariz e olhá-la orgulhosamente? Aventuro-me a dizer que poucas coisas são mais prazerosas que soltar um pum barulhento e fedido depois de prender, por horas, as pregas do ânus (amarradas numa importante reunião da empresa). Vou mais longe ainda ao defender que um dos momentos mais sagrados no cotidiano das pessoas é a hora da cagada. Fala sério, vamos combinar: CAGAR É BOM DEMAIS. E é por isso, portanto, que o "momento do banheiro" é insubstituível. Aproveitando a oportunidade, então: "Taty, por favor, não atrapalha!".
Parece não pairar mais dúvidas que os "bons modos" já domesticaram as mais relevantes fontes de prazer. Nunca, em meus poucos anos de vida, vi uma "conversa de bar" girar em torno do "prazer de cagar".  As pessoas parecem ser mais educadas ou finas quando não tratam destes temas. São eles desejos intimamente coagidos a se manterem calados e inexpressíveis, mas que, quando realizados, melhor, postos em prática (hermeticamente, claro), proporcionam um prazer que nos prende e vicia. Sim, sim... é possível, sim, ser viciado em peidar, cagar e tirar cacas do nariz.
Devo admitir, porém, que - apesar dessa crítica - ainda me acho refém de algumas atitudes dos "bons modos". Vocês, por sua vez, hão de reconhecer que já tomei um importante passo e superei um grande obstáculos. Devo acrescentar, ainda, que este post não teria surgido se não fosse um sujeito muito escroto e sem papas na língua: Rogério Skylab. Conhecido por suas poesias sujas e pelos temas nada românticos ou desejados, Skylab fala de todos esses temas SEM QUALQUER REMORSO. A ele, então, deixo minhas homenagens:

http://www.youtube.com/watch?v=6cAALfyAcxI

segunda-feira, julho 12, 2010

Tempo



Começo, desde já, me desculpando pela ausência incomunicada e desprezo compromissado. Foram coisas da vida que nos arrastam das letras e nos leva para vielas que pedem explicações. Clamadas minhas sinceras desculpas, nossa escolha de hoje é o TEMPO. 

Há uma semana um bom sujeito me jogou na cara que o meu problema era o tempo. Logo eu, estudioso dele, vítima indefesa que, quando achava que atacava, nocauteado era. Pois bem. Acho eu que do tempo não se fala. No máximo, se sente. Sejam pelas rugas nas mãos ou na testa, sejam pelos cabelos grisalhos ou pela pele que, teimosa, se livra do colágeno que nos prende célula a célula. Mas vou lá me atrever a falar do infortúnio do tempo.
Tentando uma definição, o Agostinho chegou a uma conclusão óbvia, mas que, de tão óbvia, eu, idiota, não pensei antes que ele (bem pudera, penso eu agora: nasci depois). Segundo o religioso, frade, libidinoso, pecador ou qualquer outro adjetivo que você queira dar, pejorativo ou não (já que o "santo" tem currículo para  adotar qualquer um que você queira dar), o PASSADO é o tempo que um dia foi, mas que, hoje, já não o é mais. Logo, o PASSADO não existe. Brilhaaaaaaaante. Mas não paramos por aí. O PRESENTE, por sua vez, é o tempo que, mal nasce, já morre. É o mesmo que, à medida que vamos nos referindo a ele, vai se esvaziando e se esmilinguindo, tornando-se PASSADO. É o que constrói em torno de se uma capa impermeável cuja força é indescritível: quando tentamos palpá-lo ele corre de nós. Portanto, o PRESENTE também não existe. Já o FUTURO, sinto dizer que também ele é uma falácia: este é o tempo que um dia irá ser, mas que ainda não é. Assim, todos nós, idiotas, nos referimos a um tempo que, NA TEORIA, nem sequer existe. Uma criação que, por si só, não se sustenta. Mas afinal, para quê serve o tempo?
Uns dizem que é para nos orientar. Imagine só o que seria do mundo se não tivéssemos um despertador.  Como fariam as pessoas para chegarem ao trabalho e prestarem suas oito horas diárias e, no final do mês, terem seus soldos? Esse é o famoso TEMPO CRONOLÓGICO, sem o qual muitos diriam ser impossível viver; quero dizer, nos tempo atuais seria impossível viver.  É o tempo em que as pessoas organizam as baladas, fazem compras, ganham dinheiro e outras coisinhas mais que não me cabe  aqui citá-las por inteiro.  Neste tempo não cabe pausa ou  stop. Ele simplesmente corre, sem se preocupar com o que vem. Mas acredite, caro amigo leitor, muitas vezes ele mais me complica, que ajuda, quando leva meus poucos suspiros de tranqüilidade e me roubam os minutos de lazer. 
Quero, no entanto, ir mais além. Inúmeros foram os povos que viveram sem essa mesma concepção de tempo, mesmo ele ali vivendo atanazando seus administrados. E aí é que cabe outras e diversas correntes. Se falarmos do TEMPO ESPIRITUAL, acha você que seria contado em segundos? Onde começa o tempo quando o ponto é o ilimitado? O que significa eternidade, se não há medida ou espaço a que se compare? Para nossas mentes o tempo eterno é inconcebível já que, fatalmente, tenderemos a pensá-lo em anos, décadas, milênios ou qualquer outro combo de números. Tentamos de toda forma prendê-lo numa limitação, mesmo que cognominando-a de ilimitada.  O tempo assim visto é mera abstração. Mera especulação. E como todo conhecimento vagamente compreendido, é de pouco útil. 
Neste encruzilhada, nossas mentes acabam escravas de um processo de ida e vinda na elaboração de um tempo que dizemos que passou, do que esta passando e do que ainda passará. Não somos capazes de conceituar o atemporal, já que nossos pequenos pensamos encontram-se presos aos limites do limitável (o tempo). O problema é que muitos não notam que o pensamento é sempre passado. Que é a junção de nossas experiências e vivências que tentam se projetar para o futuro, fazendo planos que podem jamais se concretizar (e, aí, acabamos culpando o inocente: "é o tempo que ainda virá"). Neste momento é que me perco pensando: "A mente é a máquina do tempo, é o passado. O pensamento é sempre do passado, que é a continuação do conhecimento. Este é sempre do passado; o conhecimento nunca é sem tempo, mas sempre no tempo e do tempo. Essa continuação é a memória, o conhecimento, é a consciência", todos eles se misturam, mergulhando numa imprecisa definição de tempo.